O promotor Luis Henrique Borsari, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), instaurou, na última quinta-feira, 14, um inquérito para investigar possíveis irregularidades cometidas pela Câmara Municipal de Uberlândia, em relação à votação que aumentou os salários dos parlamentares em quase 20%.
Segundo a promotoria, o principal motivo que levou o MPMG a abrir o inquérito contra o poder legislativo de Uberlândia é que o reajuste seria inconstitucional e também fere a Lei Orgânica do Município e uma resolução que retratava justamente o salário dos vereadores da cidade.
Na última quinta-feira, 20 dos 27 vereadores da casa votaram a favor do aumento dos próprios salários em 19,8% a partir de janeiro de 2018.
O presidente da Câmara, vereador Alexandre Nogueira (PSD), alegou que não se trata de um aumento, mas sim de um reajuste. Uma lei proíbe que os vereadores aumentem os salários na mesma legislatura, mas Alexandre disse que essa seria uma recomposição salarial, já que o último reajuste ocorreu no ano de 2013.
Apenas os vereadores Adriano Zago (PMDB), Ismar Prado (PMB), Paulo César PC (SD) e Rodi (PR) votaram contra o aumento. Já as vereadoras Dra. Jussara (PSB) e Michelle Bretas (PSL) não estiveram presentes na votação por questões de saúde.
Os vereadores, atualmente, recebem um salário bruto de 15.031,62 reais. Com o reajuste de 19,8%, passarão a receber 18.007,88 reais a partir do mês que vem.
A decisão causou a revolta da população de Uberlândia, que se indignou com o aumento. Na manhã desta sexta-feira, 15, um grupo de pessoas chegou até mesmo a dar início a um abaixo-assinado contra o aumento, que já contava com pouco mais de 8,2 mil assinaturas até o início da noite.
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