Depois de ter apresentado sinal de relativa estabilização, com desempenho ligeiramente positivo no segundo trimestre deste ano, em relação ao trimestre imediatamente anterior, o Produto Interno Bruno (PIB) mineiro voltou a apresentar resultado negativo. No terceiro trimestre de 2016 houve retração de 0,6%, em termos reais, em relação ao segundo trimestre do ano, considerando a análise da série com ajuste sazonal.
Os dados são parte do Monitor FJP – Produto Interno Bruto – 3° Trimestre/2016, publicado pela Fundação João Pinheiro (FJP) nesta segunda-feira, 19, no site da instituição. No caso do PIB brasileiro, para o mesmo período e na mesma base de comparação, o resultado divulgado pelo IBGE apresentou uma retração de 0,8%.
Os dados revelam que a retração do PIB mineiro foi resultado de desempenho negativo nos três setores produtivos: agropecuária (-3,8%), indústria (-1,0%) e serviços (-0,5%).
Diferentemente do que ocorrera no período anterior, o setor agropecuário apresentou resultado negativo no terceiro trimestre de 2016, em comparação com o trimestre anterior. Desta feita, a expansão da produção de café arábica no trimestre não foi suficiente para compensar a queda na quantidade produzida de diversas culturas, tais como o milho 2ª safra, feijão 2ª e 3ª safra, sorgo, trigo, banana, abacaxi, cebola e mandioca.
Já a retração da indústria em Minas Gerais no terceiro trimestre de 2016 na série com ajuste sazonal esteve relacionada ao desempenho de três dos quatro subsetores em que a metodologia do PIB trimestral permite desagregar a atividade industrial: a construção civil (-2,3%), a indústria de transformação (-1,1%) e a extrativa mineral (-1,1%).
Em relação à construção civil a performance desfavorável ainda está atrelada ao excesso de oferta de unidades residenciais prontas e à dificuldade de repasse para compradores finais em um contexto de restrição de crédito e endividamento das famílias.
No caso da indústria de transformação, o resultado negativo pode ser atribuído ao ritmo mais fraco na produção de bens de capital (máquinas e equipamentos, produtos de metal e veículos automotores), além da queda na fabricação de fumo e minerais não-metálicos.
O desempenho da indústria extrativa mineral segue sendo afetado pelos efeitos do rompimento da barragem de Mariana em um cenário de baixa nos preços internacionais do minério de ferro.
Apenas o segmento de energia e saneamento apresentou expansão (3,1%), que pode ser explicada pela melhora na geração hidroelétrica estadual.
Nos serviços, a queda de 0,5% no nível de atividade foi influenciada pelas retrações nas margens de transporte (-1,9%) e de comércio (-0,8%), além do comportamento do agrupamento de outros serviços (-1,4%).
A exemplo do que ocorreu no trimestre anterior, os subsetores de aluguéis e administração pública apresentaram oscilação positiva, de 0,4% e 0,3%, respectivamente.
Acumulado no Ano
No período que vai de janeiro a setembro de 2016, em relação ao mesmo período do ano passado, Minas Gerais apresentou redução de 3,1% do PIB. No mesmo período, e na mesma base de comparação, o PIB brasileiro decresceu 4,0%.
O setor agropecuário foi o responsável por atenuar a retração do PIB mineiro, que também apresentou crescimento no PIB estimado para os subsetores da indústria de energia e saneamento (13,7%), e de serviços de aluguéis (2,3%) e de administração pública (0,5%). No entanto, a expansão de 6,3% no PIB do setor agropecuário foi ofuscada pela retração de 7,4% no PIB do setor industrial e de 2,2% no PIB do setor de serviços.
Agência Minas